Biografias
ALEXANDRE CHITTO
Filho de imigrantes italianos, o jornalista e historiador Alexandre Chitto nasceu no dia 07 de Fevereiro de 1901 no bairro da Rocinha em Lençóis Paulista. Iniciou seus estudos nas Escolas Isoladas do Município. Em 1914 foi para a Itália com os familiares e aí estudando recebeu o Certificado do Cursode Madureza. Na volta para o Brasil, passou a residir em São Paulo, onde frequentou a Escola de Comércio “12 de Outubro” (diplomando-se Perito Contador) e a Escola de Sociologia e Política da Universidade de São Paulo, no prédio da Escola “Alvares Penteado”. Retornando a Lençóis, trabalhou no comércio e paralelamente iniciou-se no campo jornalístico, fundando o jornal O Eco em 06 de Fevereiro de 1938.
Começou suas pesquisas sobre a história de Lençóis e publicou livros: Notas para a história de Lençóis; Lençóis Paulista Ontem e Hoje; Lençóis Paulista nos Esportes; Lençóis Paulista nos seus 120 anos; Lençóis Paulista Boca do Sertão.
Colaborou com crônicas nos livros: “Pensando Alto” e “Antologia dos Escritores Lençoenses” (I e II). Envolvido pela história de Lençóis Paulista, motivou-se em instalar um Museu na cidade. O Museu Histórico e Cultural “Alexandre Chitto”, hoje “Museu Alexandre Chitto”, foi inaugurado dia 23 de Abril de 1988 e possui um acervo numeroso e diversificado, que chama a atenção pela importância e raridade das peças. Alexandre Chitto faleceu no dia 11 de setembro de 1994 e deixou para Lençóis, três presentes culturais e uma valiosa contribuição para preservar a memória da terra natal que ele tanto amou: o Jornal “O ECO”, os Livros Históricos sobre Lençóis e o Museu Histórico e Cultural “Alexandre Chitto”.
CLAUDINEI QUIRINO
Claudinei Quirino, campeão brasileiro de atletismo, nasceu em Lençóis Paulista, no dia 19 de novembro de 1970. Aos 21 anos de idade, quando resolveu acompanhar um amigo num treino, Claudinei foi descoberto por um técnico, que logo percebeu o talento do rapaz e foi então que o garoto de família humilde teve sua vida transformada. Na época, ele trabalhava num bar de beira de estrada, em Lençóis Paulista, na primeira competição de que participou, Claudinei foi convidado a treinar em Salto (SP) e depois em Presidente Prudente (SP), onde começou a ganhar mais destaque. Foi lá que, mesmo enfrentando dificuldades físicas e financeiras, ele se tornou um dos maiores velocistas brasileiros de todos os tempos.
A especialidade de Claudinei eram as provas de 100m, 200m, 400m e 4x100 rasos. Ele conquistou recordes sul-americanos nas provas de 200m, com o tempo de 19”89, e do revezamento 4x100, quando a equipe brasileira marcou 37”90. Em 1997, Claudinei ficou com a medalha de bronze nos 200m no Campeonato Mundial de Atletismo de Atenas (Grécia). Em 1999, em Sevilha (Espanha), levou a prata nos 200m e o bronze no 4x100. No mesmo ano, nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá), ele conquistou o ouro nas provas de 200m e 4x100. Logo depois, ganhou outro ouro na etapa final do Grand Prix da IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo), em Munique (Alemanha), na prova de 200m. Nos Jogos Olímpicos de Sidney (Austrália – 2000), formando o quarteto com Edson Luciano, André Domingos e Vicente Lenilson nos 4x100, Claudinei ganhou a medalha de prata, com 37”90. Em 2003, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (República Dominicana), a mesma equipe de Sidney conquista mais uma prata.
Depois de se despedir precocemente do esporte – uma cirurgia no púbis limitou seu desempenho –, Claudinei foi convidado a integrar a equipe brasileira de bobsled como atleta reserva, nos Jogos de Inverno de Turim (Itália – 2006). Atualmente, por meio do programa “Heróis do Atletismo”, ele incentiva jovens atletas a estudarem e a praticarem o esporte. Claudinei Quirino foi o único atleta lençoense a participar de uma Olimpíada.
DOM CARLOS
Carlos José de Oliveira, filho de Mario Salvador de Oliveira e Maria Aparecida Santi de Oliveira, é natural da cidade de Botucatu, nascido em 17 de outubro de 1967. Em 04 de fevereiro de 1986, ingressou no Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Mogi das Cruzes/SP, e, posteriormente, fez o curso de Filosofia e Teologia na Pontifícia Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo/SP. Recebeu a Ordem do Diaconato no dia 08 de dezembro de 1991 sendo ordenado sacerdote em 04 de outubro de 1992. De 1994 a 1996 fez o Mestrado em Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Em 2016 defendeu sua tese de doutorado em Teologia pela Puc/RJ.
Retornando de Roma em 1996, assumiu como Pároco/Reitor do Santuário Nossa Senhora da Piedade, na cidade de Lençóis Paulista, Arquidiocese de Botucatu/SP. Assumiu e desenvolveu as seguintes funções na Arquidiocese e Província Eclesiástica: Assessor da Pastoral Familiar (1997-1999 e 2002-2007); Professor de Teologia na Faculdade São João Paulo II, em Marília (1997-2018); Responsável pelo jornal Monitor Diocesano (1999-2005); Assessor do ECC da Arquidiocese de Botucatu (1999-2007); Coordenador Arquidiocesano de Pastoral (2001-2009); Coordenador de Pastoral da Província Eclesiástica de Botucatu (2003-2005); Fundador e presidente da Casa de Acolhida “Mãe da Piedade” para moradores de rua e toxicodependentes e cônego do Cabido Arquidiocesano (2008). Em 04 de outubro de 2007 recebeu o título de Monsenhor, “Capelão de Sua Santidade”. Foi o Coordenador Geral do II Congresso Eucarístico Arquidiocesano (2008); Coordenador do Conselho de Presbíteros da Arquidiocese (2001-2007); Assessor da Renovação Carismática Católica (2017-2018) Membro do conselho de Formação da Arquidiocese (2001-2018); coordenador da região pastoral de Lençóis Paulista (2002-2005 e 2015-2019) e Vigário Geral da Arquidiocese (2016-2019).
Oficialmente anunciado como Bispo Diocesano de Apucarana no dia 12 de dezembro de 2018, após ser nomeado pelo próprio Papa Francisco, o sacerdote seguiu para uma nova etapa de sua missão religiosa no novo estado, depois de permanecer 22 anos à frente do Santuário Nossa Senhora da Piedade. Recebeu a ordenação episcopal no dia 19 de março de 2019, assumindo a posse como Bispo de Apucarana em 06 de abril de 2019.
GOLEIRO MARCOS
Marcos Roberto Silveira Reis, mais conhecido como Marcos nasceu na cidade de Oriente, no dia 4 de agosto de 1973. Marcos iniciou sua carreira no Lençoense, time de futebol de Lençóis Paulista, onde atuou nas categorias de base do clube até 1992, quando foi contratado pelo Palmeiras e se tornou atleta profissional. Antes de ser contratado pelo Palmeiras, o atleta teve uma breve passagem de três meses pelo rival Corinthians, por empréstimo do Lençoense, porém não foi oficialmente registrado pelo clube junto à Federação Paulista de Futebol.
De 1992 a 2012, foi atleta do Palmeiras, onde é considerado um dos maiores ídolos da história do clube. Também chamado de "São Marcos" por causa de suas defesas consideradas "milagrosas", vestiu a camisa alviverde durante toda a sua carreira profissional, sendo decisivo na conquista de inúmeros títulos do clube, como o da Copa Libertadores da América de 1999. Durante seu período no alviverde, Marcos participou de 533 jogos, tornando-se o sétimo jogador com mais partidas disputadas pelo clube. O goleiro passou, praticamente, a sua carreira toda como atleta do Palmeiras, ostentando a camisa alviverde até o início de 2012.
Foi o goleiro titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002, quando a equipe conquistou seu quinto título mundial. Também com a camisa da agremiação nacional conquistou a Copa América de 1999 e a Copa das Confederações de 2005. Transcendendo sua forte identificação com o Palmeiras, conquistou a simpatia e a admiração de torcedores de times rivais no Brasil, por conta de seu elogiado caráter e por ser considerado um dos grandes goleiros de todos os tempos no futebol brasileiro. Marcos detém ainda o recorde de goleiro que mais defendeu cobranças de pênaltis na história da Copa Libertadores. Jogando pela Seleção Brasileira, atuou em 29 jogos.
Sua última partida como profissional foi realizada em 18 de setembro de 2011, pelo Campeonato Brasileiro. Convivendo com muitas lesões ao longo de sua carreira, anunciou sua aposentadoria no início de 2012, aos 38 anos de idade. Poucos meses após o anúncio de sua aposentadoria como goleiro, Marcos iniciou uma nova fase profissional, ainda no Palmeiras. Depois de fechar um contrato de marketing com o clube, ele foi nomeado embaixador do time.
Fora dos gramados, Marcos abriu a Clínica São Marcos, centro de fisioterapia voltado para recuperação de atletas com dificuldades financeiras. Em 2017, lançou sua própria marca de cerveja, a Cerveja 12.
GUILHERME LEME
Guilherme Marcos Garcia Leme, mais conhecido como Guilherme Leme, nasceu em Lençóis Paulista em 29 de setembro de 1961. Começou seu trabalho como ator no teatro amador, aos 15 anos, no Colégio Objetivo. Faz aulas de dança, mímica e diversos cursos, até sua estreia profissional na montagem brasileira do musical "A Chorus Line", aos 22 anos de idade.
Com a Companhia de Teatro São Paulo Brasil, da qual foi um dos fundadores, participa de festivais pelo País, além de Europa e América Latina. No teatro, atua e produz mais de 20 espetáculos. Como ator, entre outros espetáculos, atuou em "Máscaras", "Eduardo II", "Os Olhos Verdes do Ciúme", "Decadência", "Lulu" e "Medeamaterial".
Em 2007, estreia como diretor na comédia “Adoráveis Sem Vergonhas”. Em seguida, monta vários espetáculos, como "A Idade da Ameixa" e "A Forma das Coisas".
Na televisão, acumula vários trabalhos em novelas na Rede Globo, como "Bebê a Bordo","Que Rei Sou Eu?", "Vamp","De Corpo e Alma" e "Insensato Coração".
No cinema, participou dos filmes "Benjamim", "Erotique"e foi premiado em "Anjos da Noite".
Também é artista plástico, já tendo realizado seis exposições no Brasil e participado de duas coletivas no exterior.
JOSÉ ANGELO SIMIONI
Aviador brasileiro, nascido em Lençóis Paulista em 1942, iniciou na terra de seu avô o seu grande sonho, a construção do aeródromo em conjunto com a prefeitura municipal de Lençóis Paulista, que realizou a terraplanagem do terreno, e ali se inicia um dos berços da aviação acrobática e desportiva do Brasil.
Após algum tempo do aeroporto já instalado e em pleno funcionamento, o "gordo" Simioni, como era chamado pelos amigos, construiu uma das maiores oficinas de aeronaves da época, e foi revendedor da Cessna no Brasil. Inúmeros paraquedistas que vinham de todos os cantos do Brasil e alguns até do exterior, concentravam-se em todos os finais de semana para saltar nos Beech-bi de Simioni, no aeroporto de Lençóis Paulista. Foi nessa época que nasceu o Circo Aéreo, atual Esquadrilha Oi, iniciado em Lençóis Paulista em 1981. Simioni contava com a presença acrobática de Alberto Bertelli (o mais lendário piloto brasileiro de acrobacias aéreas de todos os tempos), Coronel Antonio Arthur Braga - o Coronel Braga - que acumulou o maior número de horas voadas em aeronaves North American T-6 em todo o mundo, Carlos Edo (futuro líder do Circo Aéreo), Fernando Almeida, entre outros. José Ângelo Simioni arrematou da Força Aérea Brasileira, todas as peças e carcaças referentes aos aviões utilizados por ela, como o N/A T-6, Beech-bi, Douglas DC-3, Consolidated PBY-Catalina, e até de alguns caças. Simioni foi considerado o maior incentivador e disseminador de T-6 no Brasil até aquela época.
José Ângelo Simioni faleceu no dia 9 de setembro de 1983, durante uma apresentação com seu North American T-6, PT-KSZ, o inesquecível T-6 de frente xadrez e fuselagem prateada, na cidade de Limeira-SP, interior de São Paulo, durante um show aéreo. Acostumado a fazer acrobacias com o T-6, infelizmente o avião entrou em um parafuso, a recuperação foi muito baixa e o avião atingiu o solo. Na aeronave estavam Simioni e Márcia Mammana, uma acrobata da época. Com certeza, essa foi uma das maiores perdas para a aviação acrobática do nosso país.
JURACY CASSITA
Homem de fala mansa, tímido, mas sempre pronto a ajudar. Passou a maior parte de sua vida ligado ao esporte. Nascido em Duartina no dia 18 de Abril de 1939.
Juracy Cassita, foi atleta e servidor público municipal durante 49 anos. Como atleta, Cassita foi um dos personagens que contribuíram para a grandeza do esporte lençoense. Por sua atuação como atleta, monitor e servidor público, Cassita foi homenageado com a denominação da Pista de Atletismo ao lado do Ginásio de Esportes Antônio Lorenzetti Filho, o Tonicão, e com o título de cidadão lençoense outorgado pela Câmara. Mesmo estando aposentado na Prefeitura, continuava ligadoao esporte, trabalhando na Pista de Atletismo que leva seu nome.
Em Lençóis Paulista, desde 1958, ele disputou competições de atletismo e ciclismo e tendo participado de várias edições dos Jogos Regionais, Jogos Abertos e Troféu Brasil de Atletismo. Atuou ainda como monitor de atletismo da Secretaria de Esportes e Recreação.
Em 2000, foi escolhido funcionário do Ano da Prefeitura em evento realizado pelo Rotary Clube de Lençóis Paulista. Cassita também conduziu a pira durante a cerimônia de abertura dos Jogos Regionais do Idoso (JORI) em 2014.
Ao ser entrevistado em novembro de 2006, para o Servidor em Ação (informativo interno da Prefeitura) ele destacou “O prazer de treinar Maria Angelina Boso, Claudinei Quirino e muitos outros atletas”.
Juracy faleceu no dia 26 de fevereiro de 2015, como servidor, atleta e treinador Juracy Cassita perpetua seu nome na galeria das grandes personalidades do esporte lençoense.
MAESTRO MARCELO MAGANHA
Nascido em Lençóis Paulista em 26 de abril de 1977. De família de músicos, começou a estudar violão aos 7 anos de idade simultaneamente a seu ingresso na Banda Municipal de Lençóis Paulista. Começou a reger o coral na Igreja Nossa Senhora da Piedade de Lençóis Paulista aos 12 anos, neste mesmo ano passou a lecionar violão na Casa da Cultura de Lençóis Paulista e ainda a realizar bailes e shows como trompetista.
Formado em Regência Instrumental e trompete erudito pelo Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, Graduado em Regência Coral e Licenciado em ArtesVisuais com pós-graduação em Regência Orquestral e especialização em ensino de método coletivo nos Estados Unidos. Regente titular e fundador da Orquestra Municipal de Sopros de Lençóis Paulista como servidor de carreira a 21 anos na Prefeitura de Lençóis Paulista, coordenador da Banda Sinfônica Jovem de Lençóis Paulista, trompetista e leader da Big Band “Cidade do Livro” ainda foi o fundador da Banda Sinfônica Municipal de Macatuba, professor da FUNARTE em vários estados brasileiros, foi professor e coordenador no Conservatório de Tatuí além de ter sido regente adjunto da Orquestra Sinfônica e Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí.
Foi ainda trompete solo e regente adjunto da Orquestra Sinfônica da Universidade do Sagrado Coração de Jesus de Bauru por 6 anos. Foi coordenador do Projeto Coreto Paulista (Projeto de sopros do Governo do Estado de São Paulo) onde foi professor de regência da Oficinas Itinerantes e coordenador de vários festivais. Realizou vários concertos em vários países da América do Sul, América do Norte, África e Europa regendo algumas destas vezes grandes solistas onde destacam-se: Fred Mills, Adam Rappa, Rex Richardson, Quinteto de Metais Boston Brass, Fernando Dissenha, Altamiro Belmiro, Rafael Migliani, Nailson Simões, dentre outros, com Orquestras e Bandas destes lugares.
É associado ao Rotary Club de Lençóis Paulista e atualmente exerce a função de Secretário Municipal de Cultura de Lençóis Paulista, professor e coordenador em pós-graduação pelo Instituto ALPHA(FACEC) de Vitoria/ES em toda a América Latina.
Realizou muitos trabalhos como regente, trompetista e arranjador com grandes artistas de renome nacional onde destacam-se: Trio Los Angeles, Chico Rey e Paraná, Tinoco, Ovelha, André e Matheus, Grupo Karametade, Toquinho, Renato Teixeira, Sergio Reis, Cezar e Paulinho, dentre outros. Participou da gravação de vários CD´s e DVD´s com grandes artistas e ainda estreia de 350 Composições e arranjos nacionais e internacionais.
Recebeu várias honrarias no Brasil e exterior pela sua atuação como maestro, professor e músico, pelos trabalhos relevantes a cultura de nosso país, moções, e ainda, o título de Comendador da Ordem do Mérito Cultural “Maestro Carlos Gomes”, também a maior delas, a medalha do Cinquentenário das forças de paz do Brasil da ONU (Organização das Nações Unidas).
O Maestro Marcelo Maganha foi indicado para ser um dos homenageados com a Medalha do Cinquentenário das Forças Internacionais de Paz do Brasil, maior condecoração oferecida pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) no país. A cerimônia aconteceu no dia 29 de maio de 2019, em São Paulo. Segundo o ofício da Associação Brasileira das Forças Internacionais da Paz (ABFIP), a medalha entregue pelo Exército Brasileiro destina-se a premiar e reverenciar os nobres atributos daqueles que tenham praticado ações meritórias, enaltecedoras do nome da pátria brasileira e em sinal de reconhecimento aos valores militares, espírito de civismo, preservação da memória e serviços prestados ao seu estado e à pátria.
MARIA ANGELINA BOSO
Maria Angelina Boso, nascida em Lençóis Paulista no dia 20 de setembro de 1947, iniciou sua carreira esportiva em 1965, defendendo as cores de Lençóis Paulista durante anos no atletismo, alcançando marcas expressivas em sua carreira, das quais se destacou internacionalmente.
Em dez anos consagrou-se um dos expoentes máximos no atletismo brasileiro. Em 1968, bateu o record brasileiro universitário nas modalidades de arremesso do peso e disco, recorde esse que permanece até hoje. Em 1970 bateu o recorde brasileiro no arremesso do peso. É recordista no arrem esso do peso, nos seguintes jogos: Jogos Regionais, Jogos Abertos do interior, Troféu Bandeirantes, Campeonato Qualquer Classe, Jogos Universitários, Troféu Brasil e Campeonato Brasileiro.
Seu atual recorde no arremesso de peso brasileiro é de 14,84m, consagrando-se Campeã Sul Americana.
Participou das seguintes competições internacionais: Em 1968, Argentina — Torneio ABC (Argentina, Brasil, Chile): Medalha de Ouro; 1969, Equador — Campeonato Sul Americano: Bronze; 1970, Itália — Universidade: 7.º lugar; Ainda em 1970, Argentina — Torneio Pierre Laubertin: Prata no lançamento de peso e Bronze no arremesso de disco; 1971, Peru — Campeonato Sul Americano: Prata no arremesso de peso e Bronze no arremesso de disco; 1972, Brasil — Torneio A B C: Ouro; 1974, Chile — Campeonato Sul Americano: Prata; 1975, Brasil: Ouro no arremesso de peso e Prata no arremesso do disco; 1975, Copa Latina: Bronze; México – Jogos Pan Americano: 7.º lugar nas duas categorias.
MIGUEL DE OLIVEIRA
Miguel de Oliveira nasceu em Lençóis Paulista em 30 de setembro de 1947, depois foi com a família para Agudos e em seguida para a fazenda da Glória, também interior de São Paulo. Quando ele tinha seis ou sete anos de idade foi com a família para São Manuel onde a partir dos 10 anos de idade, na Praça Dr. Pereira de Rezende (a praça principal da cidade), já ganhava seu próprio dinheiro como engraxate.
Aos 13 anos de idade, 1961, foi ao cinema e antes de assistir ao filme, viu o trailer do Eder Jofre conquistando o título mundial de boxe contra o mexicano Eloy Sanchez. Miguel foi para sua casa, pegou sacos de estopa, colocou um dentro do outro e encheu de areia, pendurou o saco no pé de jabuticaba e começou a dar socos no saco, machucou suas mãos, mas o instinto de luta despertara para nunca mais adormecer.
A irmã Darci já morava em São Paulo e convidou o Miguel para morar na cidade em 1962, ele foi autorizado pelos pais aos 14 anos de idade. Com a carteira de trabalho nas mãos, começou a trabalhar na cidade de Osasco, município próximo a cidade de São Paulo.A empresa onde ele foi trabalhar tinha uma academia, e ali ele começou a treinar boxe. No campeonato da Gazeta Esportiva de 1964, Miguel de Oliveira estreou no boxe pelo Clube de Osasco e foi campeão na categoria de meio médio ligeiro (63,500 kg) e eleito o melhor boxeador do campeonato.
A partir de 1965, já na categoria de médio ligeiro, 71kg, foi bicampeão paulista, bicampeão do Torneio dos Campeões, e bicampeão Brasileiro. Disputou os Jogos Panamericanos de Winnipeg no Canadá em 1967, e em 1968 o Latino americano de Santiago do Chile. Após ser cortado para defender o Brasil nos Jogos Olímpicos de 1968, transferiu-se para o boxe profissional.
Tendo como seu agente no boxe profissional Glicério Mattei, em 1971 ingressou no ranking do Conselho Mundial de Boxe (CMB), e no da Associação Mundial de Boxe (AMB), na época existiam apenas as duas entidades. Foi campeão mundial de boxe profissional dos médios-ligeiros em 1975, em Mônaco, sendo o pugilista com maior destaque depois de vencer 56 lutas, 25 por nocaite, perdendo apenas 5 disputas e empatando uma delas. Seu desempenho desbancou o campeão mundial daquela época, o espanhol José Duran.
Em 1987 treinavam regularmente na academia com o técnico Miguel de Oliveira: Paulo Ribeiro (campeão brasileiro dos moscas), João Cardoso (campeão brasileiro dos galos), eu (campeão brasileiro dos penas), Francisco Thomaz da Cruz (campeão brasileiro e sul americano dos leves), Hélio Santana (campeão brasileiro dos meio-médios), Adilson "Maguila” Rodrigues (campeão brasileiro e sul americano dos pesados) e também se juntou a nós, antes de morar nos EUA, Francisco Carlos de Jesus, conhecido como Chiquinho de Jesus.
Ainda no mesmo ano a equipe de boxe amador (olímpico) da Cia Athlética sob o comando do técnico Miguel de Oliveira, foi campeã por equipe da Forja dos Campeões, e claro, Miguel foi considerado o melhor técnico do ano.
Além de ser o técnico do Thomaz da Cruz na disputa do mundial, Miguel de Oliveira também foi técnico de outros dois brasileiros para disputas de títulos mundiais, José Arimatéia e Ezequiel Paixão. A melhor fase da carreira do "Maguila” foi quando ele estava sendo orientado tecnicamente por Miguel.
Miguel faleceu em 15 de outubro de 2021, em decorrência de um câncer no pâncreas.
ORÍGENES LESSA
Jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta, nasceu em Lençóis Paulista, em 12 de julho de 1903, e faleceu no Rio de Janeiro em 13 de julho de 1986. Eleito em 9 de julho de 1981 para a Cadeira n. 10 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Osvaldo Orico, foi recebido em 20 de novembro de 1981, pelo acadêmico Francisco de Assis Barbosa. Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa.
Em 1906, foi levado pela família para São Luís do aranhão, onde cresceu até os 9 anos, acompanhando a jornada do pai como missionário. Da experiência de sua infância resultou o romance Rua do Sol. Em 1912, voltou para São Paulo. Aos 19 anos, ingressou num seminário protestante, do qual saiu dois anos depois. Em 1924, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou com grandes dificuldades. Para se sustentar, dedicou-se ao magistério. Completou um curso de Educação Física, tornando-se instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos na seção "Tribuna Social-Operária" de O Imparcial. Orígenes Lessa | Fonte: Diretoria de Cultura.Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro, dirigida, então, por Coelho Neto, objetivando o teatro como forma de realizar-se. Saudou Coelho Neto, em nome dos colegas, quando o romancista foi aclamado "Príncipe dos Escritores Brasileiros". Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931. Em 1929, começou a escrever no Diário da Noite de São Paulo e publicou a primeira coleção de contos, O escritor proibido, calorosamente recebida por Medeiros e Albuquerque, João Ribeiro, Menotti del Picchia e Sud Menucci. Seguiram-se a essa coletânea Garçon, garçonnette, garçonnière, menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e A cidade que o diabo esqueceu.
Em 1932, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e removido para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu Não há de ser nada, reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e Ilha Grande, jornal de um prisioneiro de guerra, dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano ingressa como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de 40 anos em sucessivas agências de publicidade. Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos Passa-três e, a seguir, a novela O joguete e o romance “O feijão e o sonho”, obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve um sucesso xtraordinário, inclusive na sua adaptação como novela de televisão.
Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator of Inter-American Affairs, tendo sido redator na NBC em programas irradiados para o Brasil. Em 1943, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume "Ok, América" as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Deu continuidade à sua atividade literária, publicando novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, dedicou-se também à literatura infanto- juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros. Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance “O feijão e o sonho”; Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance “Rua do Sol”; Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance “A noite sem homem”; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance “O evangelho de Lázaro”.