Personalidades Lençoenses

Alberto Trecenti
Filho de Carlos Trecenti e Maria Guedes, Alberto nasceu em Lençóis Paulista em 7 de dezembro de 1932, é o quinto filho dos seis do casal: Emília, Adélia, Luiz, Wilson e Renato. Concluiu o primário na Escola Esperança de Oliveira. Seus esportes favoritos na juventude foram boxe e natação, seu hobby era a pescaria, que aprendeu com o pai às margens dos rios Lençóis e Claro.
Começou a trabalhar ajudando o pai que era dono de uma pequena venda e açougue. Entregava leite e ajudava no matadouro municipal. Logo foi aprender mecânica. A união dos irmãos foi em 1951, onde fundaram a Trecenti Indústria e Comércio. Além de prestar serviço e fabricar peças para usinas, faziam estruturas metálicas, parafusos, implementos para reflorestamento, etc. Casou-se em 1956 com Elza e tiveram dois filhos: Carlos Alberto e Ivana. No ano de 1958 perdeu seu pai. Em 1962 fundaram uma loja de ferragens a qual homenagearam com seu nome: Ferragens São Carlos.
Em 1965 faleceu seu irmão Luiz. Os irmãos trouxeram o sobrinho Luiz Carlos, para trabalhar no lugar do pai. Os irmãos fundaram em 1975 a Lwart Lubrificantes, recuperação de óleo lubrificante usado. Alberto era o Diretor Industrial, Renato Administrativo, Wilson Financeiro e o sobrinho Luiz Carlos Comercial. Em 1976, Alberto viveu em Salvador onde montou uma indústria de óleo lubrificante que foi vendida. Em 1982 perdeu seu irmão Wilson. Em 1985 começaram a construção da indústria de celulose. Em 1986 a Lwarcel Celulose começou a operar e em 2018 foi vendida para uma multinacional.
Em 1998 foi fundada a Lwart Química, produtos de impermeabilização, vendida em 2014. Alberto se afastou das empresas e passou a fazer parte dos Conselhos de Administração e Sócios até 2018. Foi conselheiro no Hospital Piedade, diretor da Rede do Câncer e também prestou assistência à Rede Capes de recuperação de dependentes químicos. É patrono da Escola do Sesi, a qual junto com o sobrinho Luiz Carlos e autoridades trouxeram para Lençóis, onde foi inaugurada em 2013. Exemplo de força, bondade, dedicação e amor à família e trabalho, construiu um legado para o futuro.

Alexandre Chitto
Filho de imigrantes italianos, o jornalista e historiador Alexandre Chitto nasceu no dia 07 de Fevereiro de 1901 no bairro da Rocinha em Lençóis Paulista. Iniciou seus estudos nas Escolas Isoladas do Município. Em 1914 foi para a Itália com os familiares e aí estudando recebeu o Certificado do Cursode Madureza. Na volta para o Brasil, passou a residir em São Paulo, onde frequentou a Escola de Comércio “12 de Outubro” (diplomando-se Perito Contador) e a Escola de Sociologia e Política da Universidade de São Paulo, no prédio da Escola “Alvares Penteado”. Retornando a Lençóis, trabalhou no comércio e paralelamente iniciou-se no campo jornalístico, fundando o jornal O Eco em 06 de Fevereiro de 1938.
Começou suas pesquisas sobre a história de Lençóis e publicou livros:
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Notas para a história de Lençóis
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Lençóis Paulista Ontem e Hoje
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Lençóis Paulista nos Esportes
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Lençóis Paulista nos seus 120 anos
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Lençóis Paulista Boca do Sertão.
Colaborou com crônicas nos livros: “Pensando Alto” e “Antologia dos Escritores Lençoenses” (I e II). Envolvido pela história de Lençóis Paulista, motivou-se em instalar um Museu na cidade. O Museu Histórico e Cultural “Alexandre Chitto”, hoje “Museu Alexandre Chitto”, foi inaugurado dia 23 de Abril de 1988 e possui um acervo numeroso e diversificado, que chama a atenção pela importância e raridade das peças. Alexandre Chitto faleceu no dia 11 de setembro de 1994 e deixou para Lençóis, três presentes culturais e uma valiosa contribuição para preservar a memória da terra natal que ele tanto amou: o Jornal “O ECO”, os Livros Históricos sobre Lençóis e o Museu Histórico e Cultural “Alexandre Chitto”.

Claudinei Quirino
Claudinei Quirino, campeão brasileiro de atletismo, nasceu em Lençóis Paulista, no dia 19 de novembro de 1970. Aos 21 anos de idade, quando resolveu acompanhar um amigo num treino, Claudinei foi descoberto por um técnico, que logo percebeu o talento do rapaz e foi então que o garoto de família humilde teve sua vida transformada.
Na época, ele trabalhava num bar de beira de estrada, em Lençóis Paulista, na primeira competição de que participou, Claudinei foi convidado a treinar em Salto (SP) e depois em Presidente Prudente (SP), onde começou a ganhar mais destaque. Foi lá que, mesmo enfrentando dificuldades físicas e financeiras, ele se tornou um dos maiores velocistas brasileiros de todos os tempos.
A especialidade de Claudinei eram as provas de 100m, 200m, 400m e 4x100 rasos. Ele conquistou recordes sul-americanos nas provas de 200m, com o tempo de 19”89, e do revezamento 4x100, quando a equipe brasileira marcou 37”90. Em 1997, Claudinei ficou com a medalha de bronze nos 200m no Campeonato Mundial de Atletismo de Atenas (Grécia). Em 1999, em Sevilha (Espanha), levou a prata nos 200m e o bronze no 4x100. No mesmo ano, nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá), ele conquistou o ouro nas provas de 200m e 4x100. Logo depois, ganhou outro ouro na etapa final do Grand Prix da IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo), em Munique (Alemanha), na prova de 200m. Nos Jogos Olímpicos de Sidney (Austrália – 2000), formando o quarteto com Edson Luciano, André Domingos e Vicente Lenilson nos 4x100, Claudinei ganhou a medalha de prata, com 37”90. Em 2003, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (República Dominicana), a mesma equipe de Sidney conquista mais uma prata.
Depois de se despedir precocemente do esporte – uma cirurgia no púbis limitou seu desempenho –, Claudinei foi convidado a integrar a equipe brasileira de bobsled como atleta reserva, nos Jogos de Inverno de Turim (Itália – 2006). Atualmente, por meio do programa “Heróis do Atletismo”, ele incentiva jovens atletas a estudarem e a praticarem o esporte. Claudinei Quirino foi o único atleta lençoense a participar de uma Olimpíada.

Gulherme Leme
Guilherme Marcos Garcia Leme, mais conhecido como Guilherme Leme, nasceu em Lençóis Paulista em 29 de setembro de 1961. Começou seu trabalho como ator no teatro amador, aos 15 anos, no Colégio Objetivo. Faz aulas de dança, mímica e diversos cursos, até sua estreia profissional na montagem brasileira do musical "A Chorus Line", aos 22 anos de idade.
Com a Companhia de Teatro São Paulo Brasil, da qual foi um dos fundadores, participa de festivais pelo País, além de Europa e América Latina.
No teatro, atua e produz mais de 20 espetáculos.
Como ator, entre outros espetáculos, atuou em "Máscaras", "Eduardo II", "Os Olhos Verdes do Ciúme", "Decadência", "Lulu" e "Medeamaterial".
Em 2007, estreia como diretor na comédia “Adoráveis Sem Vergonhas”. Em seguida, monta vários espetáculos, como "A Idade da Ameixa" e "A Forma das Coisas".
Na televisão, acumula vários trabalhos em novelas na Rede Globo, como "Bebê a Bordo","Que Rei Sou Eu?", "Vamp","De Corpo e Alma" e "Insensato Coração".
No cinema, participou dos filmes "Benjamim", "Erotique"e foi premiado em "Anjos da Noite".
Também é artista plástico, já tendo realizado seis exposições no Brasil e participado de duas coletivas no exterior.

José Ângelo Simioni
Aviador brasileiro, nascido em Lençóis Paulista em 1942, iniciou na terra de seu avô o seu grande sonho, a construção do aeródromo em conjunto com a prefeitura municipal de Lençóis Paulista, que realizou a terraplanagem do terreno, e ali se inicia um dos berços da aviação acrobática e desportiva do Brasil.
Após algum tempo do aeroporto já instalado e em pleno funcionamento, o "gordo" Simioni, como era chamado pelos amigos, construiu uma das maiores oficinas de aeronaves da época, e foi revendedor da Cessna no Brasil. Inúmeros paraquedistas que vinham de todos os cantos do Brasil e alguns até do exterior, concentravam-se em todos os finais de semana para saltar nos Beech-bi de Simioni, no aeroporto de Lençóis Paulista.
Foi nessa época que nasceu o Circo Aéreo, atual Esquadrilha Oi, iniciado em Lençóis Paulista em 1981. Simioni contava com a presença acrobática de Alberto Bertelli (o mais lendário piloto brasileiro de acrobacias aéreas de todos os tempos), Coronel Antonio Arthur Braga - o Coronel Braga - que acumulou o maior número de horas voadas em aeronaves North American T-6 em todo o mundo, Carlos Edo (futuro líder do Circo Aéreo), Fernando Almeida, entre outros. José Ângelo Simioni arrematou da Força Aérea Brasileira, todas as peças e carcaças referentes aos aviões utilizados por ela, como o N/A T-6, Beech-bi, Douglas DC-3, Consolidated PBY-Catalina, e até de alguns caças. Simioni foi considerado o maior incentivador e disseminador de T-6 no Brasil até aquela época.
José Ângelo Simioni faleceu no dia 9 de setembro de 1983, durante uma apresentação com seu North American T-6, PT-KSZ, o inesquecível T-6 de frente xadrez e fuselagem prateada, na cidade de Limeira-SP, interior de São Paulo, durante um show aéreo. Acostumado a fazer acrobacias com o T-6, infelizmente o avião entrou em um parafuso, a recuperação foi muito baixa e o avião atingiu o solo. Na aeronave estavam Simioni e Márcia Mammana, uma acrobata da época. Com certeza, essa foi uma das maiores perdas para a aviação acrobática do nosso país.

Miguel de Oliveira
Miguel de Oliveira nasceu em Lençóis Paulista em 30/09/1947, depois foi com a família para Agudos e em seguida para a fazenda da Glória, também interior de São Paulo. Quando ele tinha seis ou sete anos de idade foi com a família para São Manuel onde a partir dos 10 anos de idade, na Praça Dr. Pereira de Rezende (a praça principal da cidade), já ganhava seu próprio dinheiro como engraxate.
Aos 13 anos de idade, 1961, foi ao cinema e antes de assistir ao filme, viu o trailer do Eder Jofre conquistando o título mundial de boxe contra o mexicano Eloy Sanchez. Miguel foi para sua casa, pegou sacos de estopa, colocou um dentro do outro e encheu de areia, pendurou o saco no pé de jabuticaba e começou a dar socos no saco, machucou suas mãos, mas o instinto de luta despertara para nunca mais adormecer.
A irmã Darci já morava em São Paulo e convidou o Miguel para morar na cidade em 1962, ele foi autorizado pelos pais aos 14 anos de idade. Com a carteira de trabalho nas mãos, começou a trabalhar na cidade de Osasco, município próximo a cidade de São Paulo.
A empresa onde ele foi trabalhar tinha uma academia, e ali ele começou a treinar boxe. No campeonato da Gazeta Esportiva de 1964, Miguel de Oliveira estreou no boxe pelo Clube de Osasco e foi campeão na categoria de meio médio ligeiro (63,500 kg) e eleito o melhor boxeador do campeonato.
A partir de 1965, já na categoria de médio ligeiro, 71 kg, foi bicampeão paulista, bicampeão do Torneio dos Campeões, e bicampeão Brasileiro.
Disputou os Jogos Panamericanos de Winnipeg no Canadá em 1967, e em 1968 o Latino americano de Santiago do Chile. Após ser cortado para defender o Brasil nos Jogos Olímpicos de 1968, transferiu-se para o boxe profissional.
Tendo como seu agente no boxe profissional Glicério Mattei, em 1971 ingressou no ranking do Conselho Mundial de Boxe (CMB), e no da Associação Mundial de Boxe (AMB), na época existiam apenas as duas entidades.
Em 1987 treinavam regularmente na academia com o técnico Miguel de Oliveira: Paulo Ribeiro (campeão brasileiro dos moscas), João Cardoso (campeão brasileiro dos galos), eu (campeão brasileiro dos penas), Francisco Thomaz da Cruz (campeão brasileiro e sul americano dos leves), Hélio Santana (campeão brasileiro dos meio-médios), Adilson "Maguila” Rodrigues (campeão brasileiro e sul americano dos pesados) e também se juntou a nós, antes de ir morar nos EUA, Francisco Carlos de Jesus, conhecido como Chiquinho de Jesus (campeão brasileiro e sul americano dos médios ligeiros).
Ainda no mesmo ano a equipe de boxe amador (olímpico) da Cia Athlética sob o comando do técnico Miguel de Oliveira, foi campeã por equipe da Forja dos Campeões, e claro, Miguel foi considerado o melhor técnico do ano de 1987.
Além de ser o técnico do Thomaz da Cruz na disputa do mundial, Miguel de Oliveira também foi técnico de outros dois brasileiros para disputas de títulos mundiais, José Arimatéia e Ezequiel Paixão. A melhor fase da carreira do "Maguila” foi quando ele estava sendo orientado tecnicamente pelo Miguel de Oliveira.

Origenes Lessa
Jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta, nasceu em Lençóis Paulista, em 12 de julho de 1903, e faleceu no Rio de Janeiro em 13 de julho de 1986. Eleito em 9 de julho de 1981 para a Cadeira n. 10 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Osvaldo Orico, foi recebido em 20 de novembro de 1981, pelo acadêmico Francisco de Assis Barbosa. Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa.
Em 1906, foi levado pela família para São Luís do aranhão, onde cresceu até os 9 anos, acompanhando a jornada do pai como missionário. Da experiência de sua infância resultou o romance Rua do Sol. Em 1912, voltou para São Paulo. Aos 19 anos, ingressou num seminário protestante, do qual saiu dois anos depois. Em 1924, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou com grandes dificuldades. Para se sustentar, dedicou-se ao magistério. Completou um curso de Educação Física, tornando-se instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos na seção "Tribuna Social-Operária" de O Imparcial. Orígenes Lessa | Fonte: Diretoria de Cultura.Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro, dirigida, então, por Coelho Neto, objetivando o teatro como forma de realizar-se. Saudou Coelho Neto, em nome dos colegas, quando o romancista foi aclamado "Príncipe dos Escritores Brasileiros". Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931. Em 1929, começou a escrever no Diário da Noite de São Paulo e publicou a primeira coleção de contos, O escritor proibido, calorosamente recebida por Medeiros e Albuquerque, João Ribeiro, Menotti del Picchia e Sud Menucci. Seguiram-se a essa coletânea Garçon, garçonnette, garçonnière, menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e A cidade que o diabo esqueceu.
Em 1932, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e removido para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu Não há de ser nada, reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e Ilha Grande, jornal de um prisioneiro de guerra, dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano ingressa como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de 40 anos em sucessivas agências de publicidade. Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos Passa-três e, a seguir, a novela O joguete e o romance “O feijão e o sonho”, obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve um sucesso xtraordinário, inclusive na sua adaptação como novela de televisão.
Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator of Inter-American Affairs, tendo sido redator na NBC em programas irradiados para o Brasil. Em 1943, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume "Ok, América" as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Deu continuidade à sua atividade literária, publicando novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, dedicou-se também à literatura infanto- juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros. Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance “O feijão e o sonho”; Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance “Rua do Sol”; Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance “A noite sem homem”; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance “O evangelho de Lázaro”.